
Além de afetar a economia e a saúde mental de muita gente, o isolamento social do coronavírus tem causado outros problemas para os quais devemos nos atentar. Você sabia que o número de registros de violência doméstica cresceu no mundo todo durante esse período de quarentena? A situação é tão preocupante que foi motivo de alerta e pedido de paz dentro das casas, pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres. Em função disso, nossa equipe da Gerência de Apoio Social dos Centros Olímpicos e Paralímpicos fez uma pesquisa em diversas fontes confiáveis e preparou esse material informativo para ajudar você e outras mulheres vítimas de violência.
Muito precisa ser feito no sentido de erradicar a violência contra a mulher em nossa sociedade e cada uma de nós podemos agir em favor disso.
Evitar a violência contra a mulher está em nossas mãos. Devemos saber reconhecer qualquer tipo de situação que nos atinja e interrompê-la a tempo.
A denúncia é uma parte importante, porque ela protege a mulher e mostra para a sociedade que a violência não será mais silenciada. Mas não pode parar por aí.
Não existe perfil básico de agressor. A violência é democraticamente perversa
A violência contra a mulher ultrapassa questões de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião. Toda mulher pode ser uma vítima, do mesmo modo que todo homem pode ser um agressor.
Não permita que a vergonha por ser vítima de violência doméstica e familiar a impeça de denunciar e pedir ajuda.
Quem pratica a violência é que deve envergonhar-se de estar cometendo um crime e ofendendo física e emocionalmente uma pessoa do seu relacionamento familiar e afetivo.
É possível antecipar os sinais da violência?
Os sinais a seguir não devem servir para julgar ninguém, mas exigem que fiquemos atentas: eles podem indicar que o caminho para a violência está sendo construído.
1. Comportamento controlador: sob o pretexto de cuidar ou proteger, o homem potencialmente violento passa a monitorar os passos da mulher com quem se relaciona e a controlar suas decisões, seus atos, suas amizades e suas relações.
2. Rápido envolvimento amoroso: Em pouco tempo a relação se torna tão intensa, que a mulher se sente culpada por tentar diminuir o ritmo ou romper o relacionamento. Nestas ocasiões, é muito comum que o homem diga: “você é a única pessoa que me entende”, “nunca amei alguém” e “ficarei destruído se você me abandonar”.
3. Expectativas irreais: o autor de violência, em geral, cria muitas expectativas em relação à mulher com quem se relaciona e exige, por exemplo, que ela seja perfeita como mãe, esposa, amante e amiga. Frequentemente a coloca em posição de isolamento, criticando e acusando amigos(as) e familiares, bem como procurando impedir, das mais variadas formas, que ela circule livremente, trabalhe ou estude.
4. Descontrole emocional: o autor de violência pode mostrar-se facilmente insultado, ferido em seu sentimento ou enfurecido com o que considera “injustiça” contra si.
5. Crueldade contra animais: crueldade com animais de estimação, com crianças e/ou gostar de desempenhar papeis violentos nas relações sexuais, fantasiando estupros e desconsiderando o desejo da parceira.
6. Agressões verbais: além de caracterizar violência psicológica, as agressões verbais podem preceder a violência física. O autor de violência pode ser cruel e depreciativo com sua parceira. E tentar convencê-la de que é estúpida e incapaz de fazer qualquer coisa sem ele.
7. Comportamento de negação: se tiver praticado outros atos de violência no passado, ele poderá negá-los, invertendo a responsabilidade e culpando as parceiras anteriores.
Romper uma relação violenta é um processo e cada mulher tem seu tempo. Mas quanto antes agir, maior é a possibilidade de ter um final feliz!
MULHER, VOCÊ TEM DIREITOS E PODE EXIGÍ-LOS!
A Lei Maria da Penha, em seus artigos 22, 23 e 24, prevê Medidas Protetivas de Urgência que são avaliadas e concedidas pelo(a) juiz(a).
Você pode solicitá-las no momento do registro do boletim de ocorrência ou a qualquer tempo em uma Delegacia de Polícia, no Ministério Público, na Defensoria Pública ou por meio de advogado(a).
HOMENS E MULHERES PODEM SER DIFERENTES, MAS OS DIREITOS DEVEM SER IGUAIS!
Qualquer mulher está sujeita a sofrer algum tipo de violência. Estar informada e pesquisar é essencial para impedir qualquer situação desse tipo. Evitar a violência contra a mulher é, sim, possível!
A SEGUIR, CONHEÇA AS UNIDADES E OS SERVIÇOS QUE PODEM SER PROCURADOS PARA GARANTIR OS DIREITOS E A CIDADANIA DA MULHER EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA NO DISTRITO FEDERAL
Campanha da Secretaria da Mulher do Distrito Federal – MULHER, VOCÊ NÃO ESTÁ SÓ
A campanha “Mulher, você não está só”, da Secretaria da Mulher do Distrito Federal, tem como objetivo informar que os atendimentos da rede de proteção de mulheres vítimas de violência continuam funcionando durante o isolamento social, com algumas mudanças.
Os Centros Especializados de Atendimento às Mulheres Vítimas de Violência (CEAMs) continuam com os atendimentos presenciais, mas com redução no horário: das 10h às 16h30.
Centro de Atendimento à Mulher (CEAM)
De segunda a sexta-feira, das 10h às 16h30
CEAM 102 Sul – Estação de metrô da 102 sul, Asa Sul, Plano Piloto. Telefone: 3223-7264
C
EAM Planaltina – Jardim Roriz, Área Especial, Entre quadras 1 e 2, Centro, Planaltina. Telefone: 3389-8189
CEAM Ceilândia – QNM 02 Conjunto F Lotes 1/3, Centro, Ceilândia. Telefone: 3373 – 6668, funcionamento é de segunda à sexta das 8h às 18h, sem interrupção em horário de almoço.
CEAM da Casa da Mulher Brasileira – SGAN 601, Lote J, Plano Piloto, Telefone: 3224-6221, na CMB é possível fazer o agendamento para o primeiro atendimento pelo telefone.
As Casas Abrigos também prosseguem funcionando normalmente. Para ter acesso ao serviço, a vítima deve registrar um boletim de ocorrência em qualquer delegacia — a unidade encaminha o pedido à Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), que autoriza e realiza o trajeto.
Os atendimentos às vítimas de violência continuam funcionando de forma ininterrupta nas delegacias regionais e na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM)
Endereço: Entrequadra 204/205 Sul - Asa Sul
Telefone: (61) 3207-6172
Núcleo de Assistência Jurídica de Defesa da Mulher (Nudem)
Telefone e Whatsapp: 99359-0032
Central de Atendimento à Mulher - Ligue 180 é um serviço atualmente oferecido pela Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos do Ministério dos Direitos Humanos (MDH) e funciona 24 horas por dia.
TELEFONES ÚTEIS
190 — Polícia Militar atendimento 24h
Disque 100 — Ministério dos Direitos Humanos
Programa de Prevenção à Violência Doméstica (Provid) da Polícia Militar
Telefones: (61) 3910-1349 / (61) 3910-1350
Não seja omisso (a), denunciar é um dever de todos!
Entenda quais são os tipos de violência contra a mulher
Violência física
Esse tipo de violência está relacionado a qualquer dano e sofrimento físico da mulher causado por outra pessoa. Pode-se perceber através de hematomas, queimaduras, feridas e outras lesões físicas. Esse pode ser o tipo de violência mais evidente, pois deixa marcas externas.
Violência psicológica
Ocorre principalmente quando as mulheres são humilhadas e tentam disfarçar como se não tivesse acontecido nada. Embora essa situação muitas vezes passe “despercebida”, pode causar baixa autoestima e problemas psicológicos
Violência sexual
Esse tipo de violência inclui tudo o que houve antes do ato sexual em si quando este acontece por meio de agressão e sem o consentimento da mulher. Também pode acontecer ao não se permitir que a mulher tome decisões em relação à sua sexualidade. A mulher tem o direito de decidir com quem, quando e como tem relações.
Violência virtual
O mundo virtual não tem fronteiras. Divulgar/compartilhar fotos e vídeos íntimos pela internet e/ou redes sociais sem autorização da mulher com o propósito de humilhá-la ou chantageá-la. Ainda, utilizar as redes sociais para propagar comentários depreciativos em relação à mulher vem sendo utilizado com frequência.
Violência Patrimonial
É bastante comum que os agressores quebrem celulares e objetos pessoais. Rasgar fotos, quebrar móveis, rasgar roupas e estragar objetos de trabalho são alguns exemplos.
Violência no trabalho
A violência no trabalho aconteça contra a mulher. Muitas vezes, essa violência se esconde sob infinitas desculpas sem nenhum tipo de valor.
Ao perceber qualquer tipo de violência, devemos seguir uma série de passos para detectar e impedir a tempo a situação.
ATENÇÃO!! FIQUE ATENTA PARA OS SEGUINTES PASSOS PARA PREVENIR A VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER
Pode acontecer em qualquer momento e todas as mulheres estão sujeitas a passar por essa situação. Por isso, devemos ficar atentas e agir o quanto antes.
Identifique o ato de violência
Frente à suspeita de que alguma pessoa próxima possa ser violenta, devemos analisar muito bem como ela nos trata. Se ainda não temos certeza de que é um ato de violência, sempre podemos compartilhar para uma amiga ou algum familiar e solicitar apoio.
Não normalize os atos de violência
Quando fazem comparações destrutivas que nos envolvem ou quando somos empurradas, por exemplo, estamos sofrendo um ato de violência que devemos denunciar. Se vemos esse tipo de ato como algo normal e continuamos permitindo, se tornarão mais frequentes e serão cada vez mais prejudiciais para nós mesmas.
Busque apoio
Quando somos violentadas de maneira constante, é necessário encontrar apoio nas pessoas próximas. Assim poderemos nos sentir com muito mais força e enfrentar a situação.
Seja forte como uma mulher.
Essa não é uma tarefa simples. Mas também não é impossível e todas as mulheres podem conseguir. O segredo está em ser forte e tomar a decisão. Devemos ter claro na nossa mente que estamos sofrendo violência e nos visualizar livres dela.
Busque ajuda psicológica
É normal que, quando vivemos uma situação de violência, nossa autoestima diminua. Além de nos sentirmos inseguras e desvalorizadas. Frequentar a terapia vai nos ajudar a recuperar toda essa confiança que perdemos por causa da violência.
Há mais chances de evitar a violência se estivermos corretamente informadas, não apenas por nós mesmas, mas também caso uma amiga ou um familiar passe por alguma situação de violência.
Se você perceber algum tipo de violência, denuncie
Esse é um dos pontos mais importantes para evitar a violência contra a mulher. Se percebermos alguma atitude violenta, não devemos ficar caladas. Denunciar é o mais importante.
A violência não se rompe sozinha. Busque apoio em um serviço da Rede de Atendimento às Mulheres.
Fontes e referências
Faça este teste e veja se você está correndo risco
Ele controla o tipo de roupa que você usa?
Ele tenta lhe afastar de amigos(as), parentes e vizinhos(as)?
Ele diz que você não precisa trabalhar e/ou estudar?
Você já teve ou tem medo de ficar sozinha com ele?
Sente-se isolada e desanimada?
As brigas estão ficando mais frequentes e mais graves?
Durante as brigas ele parece ficar sem controle?
Ele destrói seus objetos, roupas, fotos, documentos, móveis ou seus instrumentos de trabalho?
Ele maltrata ou já matou algum de seus animais de estimação?
Ele faz questão de lhe contar que tem uma arma ou a exibe para você?
Ele ameaça seus parentes e amigos(as)?
Ele tem envolvimento com criminosos e lhe ameaça dizendo que alguém fará o “serviço sujo” por ele?
Quando você tenta se separar ele não o aceita e fica telefonando, fazendo “escândalo na porta” da sua casa ou trabalho?
Nas tentativas de término do relacionamento ele lhe persegue e insiste em ter mais uma chance?
Ele diz que se você não for dele não será de mais ninguém?
SE você respondeu SIM a pelo menos uma destas questões, procure um serviço da Rede de Orientação e de Atendimento às Mulheres. Você pode estar correndo risco de vida.
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